Isaías Bueno
Grupo de choro formado por Isaías Bueno de Almeida (São Paulo, 1937 – bandolim), Israel Bueno de Almeida (São Paulo, 1943 – violão de 7 cordas), Waldomiro Marçola (violão), Dorival Malavasi (São Paulo, 1934 – cavaquinho), Clodoaldo Coelho da Silva (São Paulo, 1936 – pandeiro), Valdir Guidi (reco-reco, cacheta e ganzá), Vicente de Paula Salvia – Viché – piano), Roberto Sion (flauta) e Toninho Carrasqueira (flauta) em São Paulo.
Entre os integrantes também faziam parte dois filhos do clarinetista de orquestra Benedito Bueno de Almeida. Isaías começou a tocar bandolim com 10 anos de idade em 1947 e, logo depois, seu irmão Israel, quatro anos mais novo, iniciou-se no cavaquinho.
Em 1953, começaram a atuar em programas de calouros, chegando a formar um conjunto com o violonista Antonio Edgard Gianor, lendário modernizador de harmonias. Três anos depois, foi apresentado por Jacob do Bandolim na segunda “Noite dos Choristas” e, a partir daí, tornou-se o mais respeitado bandolinista de São Paulo. Sempre disposto a improvisar, não teve para isso o apoio de Jacob do Bandolim. Ao contrário do irmão, totalmente apegado ao gênero “Choro”, Israel passou depois para o violão, tocando bossa-nova, e para a guitarra, integrando conjuntos de iê-iê-iê. Mais tarde, enveredou pelo jazz, estudou violão clássico e assimilou o violão de 7 cordas, fechando um ciclo que o trouxe de volta ao choro.
Com o programa “O Choro das sextas-feiras” apresentado na TV Cultura a partir de 1973, no qual atuava ao lado do Conjunto Atlântico, Isaías passou a ser destaque nacional. Em 1974, recebeu o Prêmio APCA de revelação do ano. O começo dos anos 70 marcou também o nascimento de Isaías e Seus Chorões, que contava, além de Israel, com gente também vinda de famílias de músicos, como o cavaquinista Dorival, filho do saxofonista Ernesto Malavasi, e o pandeirista Clodoaldo Coelho da Silva, cujo pai, Álvaro, chegou a atuar com o Bando da Lua.
O grupo participou de diversos programas sobre choro na TV Cultura de São Paulo, além de ter acompanhado artistas importantes no cenário da MPB: Paulinho da Viola, Arthur Moreira Lima e Altamiro Carrilho, entre outros. Depois de gravar os discos “O fino do bandolim”, com choros clássico e “O regional brasileiro na música dos Beatles”, o grupo lançou, na virada dos 80, o LP “Pé na cadeira”.
O repertório resgatou músicas raras de pioneiros como Joaquim Callado, Carramona (Albertino Pimentel) e Nelson Alves. Duas personalidades importantes do bandolim tocado em São Paulo figuram entre os autores: Amador Pinho, espécie de professor informal de Isaías, e Mario Moretti, bandolinista virtuoso ainda em atividade. O LP foi remasterizado para CD no ano de 1999 e lançado pela gravadora Kuarup.