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Claustrofobia

A banda Claustrofobia lança, no próximo mês de outubro, seu quinto álbum de estúdio, intitulado “Peste”, pela gravadora Sangre. Cantado inteiramente em português, mantendo sua integridade e elevando sua típica porrada sonora, “Peste” vem para reafirmar a banda como uma das mais intensas e agressivas da cena.

A produção do disco ficou por conta de Ciero, do Da Tribo Estúdio, já renomado na cena por seus excelentes trabalhos com bandas como Krisiun, Ratos de Porão, Presto?, Subtera, Torture Squad, dentre outros. “Thrasher” e “Fulminant”, dois dos álbuns anteriores a “Peste”, também foram produzidos por Ciero no passado, e agora a parceria voltou ainda mais inspirada, com um resultado final surpreendente, graças à experiência e entrosamento entre banda e produtor.

Peso, agressividade, mas também qualidade sonora são as marcas de Peste. Soa sujo e old school como um bom álbum de metal de verdade deve soar, é também orgânico e coeso, como toda produção de qualidade deve ser. Riffs intensos e bem trabalhados, solos de guitarra praticamente anormais, toneladas de bateria que mesclam técnica e criatividade entre levadas rapidíssimas e grooves cadenciados inesperados, vocais guturais já tradicionalmente potentes e um baixo bem timbrado que acrescenta o peso certo nas músicas, compõem a trilha sonora perfeita para a forte mensagem que o álbum carrega e descarrega.

Composto inteiramente em português, “Peste” não chega a ser conceitual, mas aborda a mais pura realidade e o sentimento opaco que os cidadãos do nosso país compartilham. O conteúdo lírico critica a manipuladores e parasitas, critica a vulgaridade, critica aqueles que se deixam influenciar pela televisão, critica aquele que samba feliz enquanto o país sustenta bastidores de corrupção. Conta a história do cara que cai na esbórnia e tem que trabalhar no dia seguinte, daquele que toma cachaça para sufocar a dor, daquele que corre atrás do seu ideal, alimentado por sua fé. Exalta, por fim, o brasileiro que sobrevive e segue em frente mesmo calejado de anos de sofrimento e busca por uma sobrevivência digna, que vibra pelo progresso com positividade no pensamento, que luta para não se transformar em um bicho por causa de uma sociedade que é consequência de uma causa perdida.

As dez faixas que integram o disco contêm as principais características do Claustrofobia, porém com alguns elementos inusitados, transformando o som do disco em algo diferente, em um “Metal Brasileiro puro!”, como comenta o vocalista e guitarrista Marcus D’Angelo.

Dentre as faixas que mais mesclam o significado das letras com agressividade e também refrãos marcantes, estão “Bastardos do Brasil”, “Metal Malóka” e “Pinu da Granada”. A típica rapidez nas composições, ainda mais aprimorada nesse disco, permeia todas as faixas, mas está em mais evidência em sons como “Peste”, “Viva” e “Bicho Humano”, esta última que conta com a participação especial de Henrique Fogaça, uma das agradáveis revelações do brutal core brasileiro, vocalista da banda Oitão, e integrante do projeto Terrorizmo, que conta com membros do Claustrofobia e é produzido e tocado também por Ciero.

O elemento surpresa do lançamento é a grande sacada na faixa Nota 6.66: um samba tradicional, com cuíca, tamborim, surdo, mas também guitarras incrivelmente pesadas. “Essa é a típica trilha sonora do Brasileiro feliz em seu habitat abençoado, comendo seu churrasquinho e tomando uma pinga, enquanto o mundo desaba ao seu redor” acrescenta Marcus.

A capa, feita por Alex Spike em seu primeiro trabalho com a banda, é diferente e impactante. A fim de chocar, o misto entre logo e uma espécie de verme, de peste, nada mais é que “um reflexo da estrada que trilhamos”. O conceito seria mais ou menos nossas vidas durante todo esses anos tomando porrada, ficando calejadas, nos tornando verdadeiros monstros” explica Marcus.

Pela ousadia, criatividade, técnicas apuradas e atitude ímpar, o Claustrofobia sem dúvida atingiu com Peste, seu trabalho mais completo e inspirado.

Com pinta de veterano, mas com espírito jovem, inicia-se agora uma nova ordem e renovação perante a música pesada brasileira!

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